Para muitas pessoas, a ideia de segurança no trabalho está focada somente em perigos que podem levar a lesões graves. Podemos pensar em empregos perigosos como aqueles que exigem que os trabalhadores subam escadas, usem ferramentas complicadas ou trabalhem em condições perigosas – ou todos os três. Um trabalhador de uma empresa de energia elétrica, por exemplo, precisa seguir protocolos de segurança significativos para evitar ferimentos.
A maioria dos trabalhos – especialmente os de escritório – não são consideravelmente perigosos, mas alguns fatores de segurança não são tão óbvios. Um crescente conjunto de evidências está sendo evidenciado em muitos locais de trabalho, a maior ameaça à segurança do funcionário não é necessariamente as condições de trabalho ou as tarefas em si; a maior ameaça pode ser o estresse.
Infelizmente, o estresse no ambiente de trabalho é uma realidade em grande parte das empresas de todo o mundo.
Uma pesquisa da Isma-BR, divulgada pelo portal UOL, mostra que:
- 72% dos brasileiros no mercado de trabalho sofrem de estresse;
- Desses, 32% sofrem da síndrome de burnout;
- 92% dos empregados com burnout continuam trabalhando.
Ainda, segundo a Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse (ISMA, sigla do nome em inglês), com sede nos EUA, destacou que o Brasil só perde para o Japão em número de profissionais estressados.
Estresse e o local de trabalho
Primeiro, é importante reconhecer que o estresse pode vir de uma variedade de fontes relacionadas e não relacionadas ao trabalho. Não há como negar isso, o estresse afeta o desempenho, e os brasileiros desde 2020 estão experimentando altos níveis de sofrimento psicológico durante o período da pandemia de COVID-19.
O estresse no local de trabalho já era um problema crescente mesmo antes do surto do novo coronavírus, e as fontes de estresse no local de trabalho variam. Veja algumas das causas principais do esgotamento dos trabalhadores:
- Assédio moral;
- Sobrecarga de trabalho;
- Competitividade excessiva;
- Distribuição inadequada de responsabilidades;
- Falta de comunicação e suporte dos superiores;
- Remuneração incompatível com as funções;
- Infraestrutura problemática;
- Pressão por produtividade acima do limite.
Como o estresse afeta a segurança
Uma das grandes preocupações das equipes de saúde e de segurança profissional, o estresse tem sido apontado como uma das principais causas de acidentes no local de trabalho segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
- O estresse é uma distração. Quando você está estressado, a fonte de seu estresse geralmente está em seu subconsciente. Um prazo curto demais, um confronto com um gerente, rumores de demissões ou qualquer outra coisa podem tirar sua mente do que está fazendo. Isso pode, por sua vez, levar você a esquecer os protocolos de segurança ou cometer erros que podem causar lesões.
- O estresse pode levar a atalhos. Quando um trabalhador tem um prazo apertado, os atalhos se tornam uma possibilidade e podem acabar causando acidentes e incidentes. Mesmo quando todas as precauções de segurança são seguidas, apressar as tarefas pode causar danos.
- O estresse pode levar ao abuso de álcool e outras drogas. Especialistas observaram que muitas pessoas recorrem a drogas, álcool ou medicamentos para ajudar a lidar com o estresse fora do trabalho, mas os efeitos dessas substâncias acabam refletindo no dia a dia de trabalho, gerando problemas de segurança. Até o cafezinho nosso de cada dia, uma bebida presente na maioria das empresas, pode contribuir para a segurança no local de trabalho. Trabalhadores com uma carga horária pesada costumam usar café ou outras bebidas com cafeína para aumentar sua energia, ficando assim mais alertas e dispostos, porém o excesso de cafeína pode realmente aumentar a sensação de estresse.
- Inúmeras enfermidades acometem os trabalhadores estressados: pressão alta, cansaço do corpo, dor de cabeça, insônia, gastrite, distúrbios dermatológicos, problemas cardíacos etc. Não é preciso ser um gênio para perceber o quanto essas doenças aumentam os riscos de acidentes, não é mesmo? Vamos a um exemplo prático: um operário com sono e cheio de dor de cabeça conseguirá recordar de todas as partes que integram um plano emergencial de combate a um incêndio? As chances de ele se esquecer de itens importantes diante de problemas físicos provocados por situações de esgotamento aumentam nesse quadro.
Identificando e lidando com o estresse
Os empregadores têm a responsabilidade de manter locais de trabalho seguros para seus funcionários. Isso inclui ajudar os funcionários a controlar o estresse, seja em seu trabalho, em suas vidas pessoais ou devido a COVID-19. Isso não significa que o trabalho deve ser livre de estresse – o estresse faz parte da vida – mas é importante que as organizações ajudem seus funcionários a administrar o estresse para serem saudáveis e produtivos.
É importante que as empresas possuam profissionais de segurança e saúde para aprender a identificar os sinais de estresse e desenvolver programas e políticas para mantê-lo sob controle. A implementação de programas de gerenciamento de estresse não apenas manterá os trabalhadores mais seguros, mas também poderá economizar dinheiro para a empresa, reduzindo o absenteísmo, aumentando a produtividade, reduzindo os pedidos de indenização trabalhista e outros custos relacionados a lesões e reduzindo a rotatividade. O estresse pode fazer parte da vida, mas não deve colocar ninguém em perigo.
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